agosto 31, 2004
agosto 30, 2004
"Visto do Céu", de Alice Sebold
Encontro-me neste momento a ler o livro mencionado em cima, que desde já aconselho a todos os "lobos" que se alimentam de palavras... ;) Durante a leitura vou colocando aqui algumas passagens do texto, que vou actualizando periodicamente. Espero que as mesmas sirvam para convencer pelo menos um dos membros desta "alcateia" à leitura da obra. Aqui ficam as primeiras...
"Dentro do globo de neve em cima da secretária do meu pai havia um pinguim com um cachecol às riscas encarnadas e brancas. Quando eu era pequena, o meu pai sentava-me ao colo e pegava no globo de neve. Punha-o de pernas para o ar, para a neve se juntar na parte de cima, e depois endireitava-o de repente. Ficávamos os dois a ver a neve cair lentamente à volta do pinguim. Eu costumava pensar que ele estava sozinho lá dentro e tinha pena dele. Um dia, falei nisso ao meu pai e ele disse: "Não te preocupes, Susie, porque ele está fechado num mundo perfeito."
"No meu livro de curso da escola, eu tinha uma citação de um poeta espanhol que a minha irmã me indicara, Juan Ramón Jiménez. Era assim: "Se te derem papel com linhas, escreve do outro lado."
"A vida, para nós, é um ontem perpétuo."
"Quando o meu pai voltou para a sala, estava demasiado destroçado para se aproximar da minha mãe, sentada na alcatifa, ou da minha irmã, hirta perto dela. Não podia deixar-se ver. Subiu a escada, a pensar no Holiday no tapete do escritório. Vira-o aí pela última vez. No espesso pêlo do pescoço do cão, desatou finalmente a chorar."
"Horas antes de eu morrer, a minha mãe tinha pendurado no frigorífico um desenho feito pelo Buckley. No desenho, uma grossa linha azul separava o ar da terra. Nos dias a seguir, vi a minha família andar de um lado para o outro diante daquele desenho e fiquei convencida de que a grossa linha azul era um sítio real - uma zona intermédia onde o horizonte dos céus se encontrava com o da terra. E desejei ir para lá, para o azulão do lápis de cor, para o azul, para o firmamento."
"A Holly e eu podíamos estar a esquadrinhar a Terra, detendo-nos numa ou noutra cena por um ou dois segundos, à procura do inesperado no momento mais normal. Então, uma alma aparecia a correr junto de um ser humano, tocava-lhe no ombro ou na face e prosseguia na sua jornada para o céu. Os mortos nunca são propriamente vistos pelos vivos, mas muita gente parece estar plenamente consciente de alguma coisa a mudar à sua volta. Referem-se a uma aragem gelada. Os amigos do falecido despertam de sonhos e vêem um vulto feito fantasma aos pés da cama ou numa porta ou até a entrar num autocarro."
"O ar no meu céu cheirava muitas vezes a doninhas fedorentas - muito ligeiramente. Era um cheiro que eu sempre apreciara na Terra. Quando o inspirava, sentia o medo e a força do animal formando um aroma pungente e duradoiro. No céu da Franny, era um cheiro de tabaco. No da Holly, de uma fruta exótica."
"O meu irmão recuou e olhou para a cara contraída do meu pai, com as lágrimas a brilhar aos cantos dos olhos. Acenou com ar sério e deu-lhe um beijo na cara. Foi uma coisa tão divina que ninguém no céu podia tê-la inventado; uma criança a cuidar de um adulto."
"E assim, do céu, eu vi o meu pai construir uma tenda com o homem que me tinha assassinado."
"Nessa semana, o Ray havia de dar-me um beijo junto ao meu cacifo. Não aconteceu no andaime quando ele quis. Mas o nosso beijo foi uma espécie de acidente... um belo arco-íris de gasolina."
agosto 26, 2004
agosto 20, 2004
agosto 19, 2004
@mo-te
Artist: Indrominado
Lyrics: (Refrão:)
Música,eu nasci p'rá musica,para te ver sorrir,gritar,sonhar.
E se escutares com atenção tens o bater do teu coração na minha música
Dedico este som a alguém que conheci,
a alguém que a partir dia nunca mais esqueci
Saliva eu perdi,dinheiro eu gastei,mas nunca,nunca me importei
porque sei que sempre te amarei e quatro anos em plena loucura
luta dura contra tudo e todos
filmes eu passava para te ver sorrir e a sonhar,
que doce esse teu olhar.
Força,nunca desistas há muito que caminhar a vida é
um movimento que nunca vai parar
se alguém um dia disser que te esqueci,
chora pois nesse dia eu morri.
Lágrimas chorei na boca incandescida afrodisíaco eu lancei,
no ponto eu toquei,a ti te conquistei,pela melhor fase da minha vida eu passei.
Erros cometidos,sem serem resolvidos eram esquecidos,
culpa minha,andava cego,não via que eras a rainha de todo o meu reino
e sem saber porquê perdi todo o paleio.Receio nunca mais te ter,creio
que todo o sentimento de revolta em mim vai antingir.Ouve com atenção,
se ele nasceu p'rá música,então eu nasci p'ra ti,só p'ra ti.
Musa inspiradora de todos os meus prazeres.Dona e senhora a ti te
deixo esta canção,que nada é mais que a libertação de um sentimento,
p'ra todos os que sabem o que é este sufoco,o que é viver com pouco
e é o que sinto,e é por ti(e é por ti)
(Refrão)
Da roseira nasce a rosa,da lua nasce o luar
da mulher nasce o homem e eu nasci para te amar
Há quem diga que nada merece as nossas lágrimas.
Seres falsos queimam em câmaras magmáticas.
Corrida contra o tempo da porta da loucura
e eu fui à procura de alguma amargura,foi encontrada,
encantado com o pózinho mágico de uma fada foi lançada.
Eu fui levado e abençoado nas mãos de alguém que me fez homem
acarinhado como mãe p'ra filho,era.
Sem estrilho caminhava pelas ruas desse mundo,contigo,um segundo
era uma eternidade,juntos caminhávamos para o bem desta irmandade
tudo era claro,nada mais havia a acrescentar,aos poucos tudo se veio a degradar,
não quero nem pensar,mil desculpas pelo que te fiz passar.
Processo original de arrependimento,dito,produzido,com peso e medida
acheguia que me controla,ciclo vicioso que gira como uma bola,
sistema harmonioso que desenrola a vida.contigo quero passar o passado,
contigo e só contigo quero passar.
P'ra quê matutar no que passou,o que interessa é o que se vai passar
e p'ra quê lembrar.noites a agarrar em ti p'ra não fugires,controlado
para te rires.
Se algum dia quiseres e saíres daquela porta,todo o meu reino vai caír,
toda a corte se vai rir,todo o meu ser será eliminado,cuidado!
Algum dia o amor vai ser perfeito p'ra essa doença receito ritmo e poesia.
Que nada feito a preceito,há algo imperfeito com dignidade.
Pelos caminhos da verdade escrevo o que vejo e não o que invejo
que sempre fui bem verdadeiro,assim me expresso.
Querendo ser o teu parceiro,p'ra sempre.
(Refrão)