War of the Worlds
Perguntam vocês: "é este? é este o melhor filme deste Verão?". E eu respondo: "podia ser, mas penso que não." Não resisti em fazer uma reserva dos lugares para a estreia nacional do "War of the Worlds", e começo por dizer que não estou nada arrependido. A única coisa que me arrependo é ter comprado um pacote de pipocas tão grande... lol Metade do conteúdo do mesmo permaneceu até ao fim da sessão. E porquê? Porque na maior parte do tempo que demora a película não conseguimos sequer pensar, quanto mais levar a mão ao pacote azul, agarramos algumas pipocas como os tripods estavam a agarrar em pessoas e levá-las à boca (as pipocas, não as pessoas como é claro! lol). Penso que este anti-movimento pipoqueiro foi geral, porque reparei, nas partes mais calmas, na ausência do som característico das pipocas dentro do recipiente. Bem, vamos deixar de falar em milho... O filme tem um bom realizador, um excelente elenco, muito bons efeitos visuais e sonoros e uma história muito bem adaptada do romance de H.G. Wells. É completamente envolvente do princípio ao fim. Mas é precisamente nesse fim que ficamos com a leve sensação que deviamos ter comido as pipocas todas! lol Estou a brincar! Ficamos com a sensação que esta película podia ser um bocadinho melhor. Ou se calhar sou eu que estou a ficar exageradamente exigente no que respeita à sétima arte... O melhor: a escolha do narrador, Morgan Freeman, não podia ter sido mais perfeita! Só é pena que tenha ficado com umas setenta palavras no início e outras setenta no fim. Mas o ponto forte desta película foi a escolha da Dakota Fanning para o papel de Rachel. É sem dúvida uma das mais promissoras actrizes da actualidade. Também gostei muito dos efeitos visuais/sonoros e das metáforas que são constantemente projectadas na tela. O pior: o sub-aproveitamento de uma actor como Tim Robbins no papel de Harlan Ogilvy. As escassas explicações que o filme nos dá para alguns acontecimentos e a ausência de lógica noutros. Por exemplo, há uma cena em que Ray/Tom Cruise entra em casa cheio de pó na roupa e basta uma ida de alguns segundos à casa-de-banho dar uma sacudidela para ficar impecavelmente limpo. Querem outro exemplo? Na manhã seguinte a uma noite de ataque das máquinas aparece um cenário de destruição à volta da casa onde eles passaram a noite na cave refugiados, a única coisa que os tripods não dizimaram parece ter sido o carro deles estacionado em frente à casa, ao lado de um gigantesco motor de um avião abatido! Depois entram no carro e saem calmamente pelo meio dos destroços, como se tivesse andado ali alguém a limpar permitindo-lhes circularem como de uma "estrada" se tratasse. Em suma, um grande regresso da dupla Spielberg/Cruise, mas ficamos com a sensação que este filme poderia ter sido melhor trabalhado em alguns aspectos. Aconselho vivamente a sua vizualização na grande tela, pois perderá certamente muita da sua magia na edição em DVD. Bom filme e não se esqueçam de comprar o pacote de pipocas mais pequenino que estiver disponível. ;)
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